sexta-feira, 30 de julho de 2010

BIBI...


Fabiana faz aniversário. São 28 anos de uma vida com muitas histórias.

Nasceu sem saber quem era, de uma mãe que nunca viu, foi recebida por outra que dividiu o seu amor com todos os novos irmãos já maduros e se viu diante de um futuro promissor.

Saiu da maternidade da praça XV no Rio de Janeiro rumo ao desconhecido. Guiada pelas mãos de um anjo, ou vários, Deus não poupou esforços pra dar alegrias à ela. Pensou que ela seria um exemplo de luta, dor e garra.

Adquiriu toxosplamose na barriga da mãe e aos poucos perdeu parcialmente a visão do olho direito.

Na adolescência à base de várias "cabeçadas" tirou a todos do sério. Cheguei a dar várias palmadas e broncas naquela menina mimada, que fazia o que queria e não encarava as consequências.

Aos 18 anos ficou grávida de um namoradinho de férias e seis meses depois nasceram prematuramente Lucas e Gabriel com menos de um quilo cada. Passou quatro meses internada com aqueles "ratinhos" indefesos na UTI da maternidade e lutou bravamente para que Gabriel não desanimasse. Meningite, hidrocefalia, reumatismo, anemia e todos os agravantes conjuntos não eram motivos pra que ela tivesse a certeza que sairia do hospital com os dois irmãos com saúde e prontos, assim como ela, a encarar um mundo pela frente.

Meninos fora da maternidade com 5 meses de idade e Fabiana grávida de novo. Dessa vez duas meninas, Ana Rita e Ana Cecília, que nasceram saudáveis em decorrência de três meses de repouso absoluto da mãe que não queria passar novamente pelo pesadelo anterior.

Com quatro filhos entrando na igreja, Fabiana e Marcelo selaram para sempre uma relação de luta e esperança num casamento glorioso. O namoradinho virou um maridão e paizão.

Fabiana e Gabriel, mãe e filho, lutam com a frágil saúde mas nunca desanimam. São exemplos para a família. São exemplos de superação.

Fabiana nos adotou, ela nos quis, ela nos escolheu. Ser sua irmã é um orgulho e motivo de alegria. Ela me chama de Dedé ou Dé e eu a chamo de Bibi ou Bi, mas hoje eu queria chamar à Deus e agradecê-lo pela Sua obra para também vê-lo levantar a plaquinha dizendo "Eu Já Sabia!!"

quinta-feira, 8 de julho de 2010



AMOR E ÓDIO

Quanto vale a vida?
Quanto vale eu tirar sua vida?
Quanto vale eu me prender à sua vida?

ELA
Estou grávida de alguém que tem muito dinheiro mas pouco amor.

Estou esperando um filho que pode ser a solução dos meu problemas.

Estou empenhada em levar essa história até o fim, talvez até a minha morte.


ELE
Estou curtindo a vida numa escapulida do casamento. Não é amor.

Estou com um problema.

Estou decidido a não levar essa história até o fim. Vou acabar com isso.


INOCENTE
Cadê minha mãe?

Cadê meu pai?

Quem sou eu?


EU
Onde está a mãe dessa menina perdida?

Onde está sua família?

Onde está o princípio desse menino que era um ídolo e virou um monstro?

Onde está o temor à Deus desse homem que executou essa menina?

Onde estás...Deus?

segunda-feira, 5 de julho de 2010


TUDO VELHO NO NOVO!




Outra mudança na minha vida. Dessa vez estou indo pra casa própria. Depois de 15 anos morando de aluguel, finalmente conseguimos um apartamento à nossa altura e bolso. Numa dessas visitas às construtoras, Cesinha, na tentativa de vender material elétrico acabou convencido que poderíamos, e conseguiríamos adquirir nosso primeiro imóvel. Chegou em casa entusiasmado, falando pelos cotovelos, e principalmente otimista. Compramos praticamente na planta e sábado, dia 03 de julho de 2010 recebemos num coquetel de entrega nossas tão sonhadas chaves.







No domingo já começamos a mudança.
Nada de novo dentro do virgem apartamento. As camas, sofás, mesas e cadeiras me acompanharão até que tenha condições de trocá-los por novos. Tudo aos poucos se resolve e se substitui. Afinal o que importa é que lá estaremos começando uma nova etapa do resto de nossas vidas.










Gostaria que meu pai estivesse aqui comigo. Por mais que eu saiba que
ele esteja muito feliz com essa aquisição, queria subir com ele no elevador, abrir a porta e deixá-lo fazer as observações. Reparar e entender seus olhares de admiração ou reprovação e por fim vê-lo deitar na minha cama, lendo o jornal ou fazendo palavras cruzadas até fechar os olhos e com a boca aberta deixá-lo roncar, roncar e roncar.

sábado, 3 de julho de 2010


CHOCOLATE E TIO HELMUT
Hoje a Alemanha deu um baile na Argentina.
Nem sei a causa da minha antipatia pelo povo argentino. Nem acho eles tão arrogantes assim. Acho até meio caricatos. Maradona e Tevez parecem saídos de uma história em quadrinhos. Mas acabei gostando da surra que eles tomaram.

Também não conheço os jogadores da Alemanha, mas acabei torcendo fervorosamente para eles. Tudo por causa do meu falecido tio Helmut que era uma figuraça. Morou 50 anos no Brasil e 30 na Alemanha mas nunca soube falar o português direito e não existia para ele um país melhor que não fosse a Alemanha. Peraí Tio! Você veio novo pro Brasil, casou, teve filhos, trabalhou, morreu aqui e a Alemanha é o melhor país do mundo?

Ha! Tem algo melhor que o Brasil tem e que nenhum lugar do mundo tem: o Botafogo. Ele era fanático pelo alvinegro. Chegou no Brasil na época áurea do Garrincha e acabou também hipnotizado.

Em 2008 nos seus últimos dias teve, ao pé da cama, uma visão que deixou a todos perplexos. Convicto durante toda sua vida do seu ateísmo, réu confesso que não iríamos dessa para uma melhor, viu Jesus Cristo aos pés da cama sorrindo para ele. Chamou a Tia Therezinha (sua esposa) e disse com o sotaque aguçado que Jesus Cristo veio visitá-lo. Faleceu dias depois.

Até hoje me emociono muito ao lembrar desse fato e tenho certeza que ele foi desta para uma melhor sim, e é pelo meu Tio Helmut que hoje comemoro a vitória da Alemanha. Avasha Doravania!!!

quinta-feira, 1 de julho de 2010


MEUS INGRATOS NÚMEROS
São 21hs e ainda estou na loja fazendo o fechamento do mês de junho.
Cesinha foi buscar as crias na aula de circo (que inveja!) e fico cá com meus números que não me dão paz. Acredito que eles não gostem de mim (os números e não os filhos e marido) pois sempre o que tenho na conta é menos do que preciso pagar. Acho que não sei lidar com eles. Talvez não saiba encontrar fórmulas para fazê-los ficarem positivos ou até mesmo no zero a zero. Eles são sempre menos do que preciso.


Então continuo me dedicando às letras. Elas sim parecem ser minhas amigas. Gosto delas e acho que elas gostam de mim. Da A a Z todas são tão bonitinhas, boas de serem escritas, gostosas de serem faladas. Algo me diz que ainda seremos felizes para sempre.


Abandonarei então esse ingrato número que só me faz sofrer. Deixarei para os loucos que gostam de dominá-los.
Darei às costas para eles sem olhar para trás. De 0 a 1000 não quero nem o 9.

Basta que essas apaixonantes letras entendam que fomos feitas uma para a outra.