sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Personalidade


Sobre livros...
Descobri que sou a pessoa mais sem personalidade do mundo.
Cada livro que leio mudo minha maneira de pensar.
Sou meio nômade em tudo que faço.
Não é à toa que lido com números mas gosto de letras.
Sou uma eterna pessoa em busca da sua pessoa.
E não é sobre livros só não.
Se alguém me fala sobre um assunto com autoridade sempre acaba me convencendo de que ela está 100% correta.
Se não consigo argumentar sobre um fato, qualquer opinião sobre ele vira uma verdade.
Gostaria de conversar a respeito de alguns assuntos que sequer conheço a fundo, mas os acho interessante. Exemplo: Shakespeare, Nietzsche, Hitler, Van Gogh, Ghandi, Madre Teresa de Calcutá...

Li numa passagem da Bíblia que Jesus disse que sendo sua vontade, deixaria João vivo até sua volta. Num livro um homem vê outro homem falando sobre Jesus e quando ele pensa que aquele que está entre tantos outros poderia ser João, recebe de devolução uma piscadela de longe dele. Me arrepiei! Poderia portanto, hoje cruzar com João vestindo um jeans surrado e falando gírias como nós, sem saber que viveu uma história com o Cristo que também me aflige em não o conhecer a fundo.


Aprender, conhecer, estudar e principalmente conversar são meus interesses. Os números só servem pra me dizer que vivo num mundo material. E pra me dizer que ele tem um lado chato pra caramba.



Quero falar sobre futebol, pessoas, mundos, religiões .... vidas....


Quero entender do que eu sei e do que eu não sei.


Quero fazer do saber o meu ser...


O meu ser precisa saber...


Alguém pode me explicar o que está acontecendo comigo?








sábado, 5 de fevereiro de 2011

TIO MILTON

Ano passado a fonoaudióloga do Vínicius me alertou que um projeto novo da UFRJ seria instalado aqui em Cabo Frio e me deu o endereço pra ficar mais a par do que se tratava.

Curiosa fui no dia seguinte averiguar e conversei muito com a coordenadora do projeto chamada Natália. Fiquei encantada! Vi que se tratava de um ensino diferenciado. Algo nunca experimentado na cidade ou talvez em pouquíssimas escolas na capital. Era um ensino baseado em projetos. Vários professores elaboram idéias e baseado nisso os alunos as praticam através de trabalhos e oficinas. Algo como "se aprende fazendo".

Senti na hora que aquela era a escola que meu filho pudesse ser visto com outro olhar. Estava cansada de ouvir "seu filho não se concentra", "Vinícius tem dificuldades", "está atrasado em matemática", "na aula de ciências ele tá sempre desatento" e por fim "esse ano ele vai ficar retido".

"Retido" na minha época era reprovado, tomado bomba ou repetido. A mudança de nome não muda o sentido. Daqui a algum tempo será proibido dizer que o aluno ficou reprovado sob o risco de ser indiciado por racismo ou preconceito.

No fundo adorei a idéia do meu filho ser reprovado (sou mãe e posso falar assim). Vale mais como um um acréscimo pra ele. Penso que tá dando um passo pra trás pra poder dar vários pra frente.

Na tentativa de incluí-lo na escola UFRJ Mar descobri que não abririam vagas para o 8o e 9o ano. Somente fariam o processo seletivo para o 6o e 7o ano do ensino fundamental. Isabela fez a prova e passou com folga. Ficou em 6o lugar. Mas e o Vinícius? Era pra ele que eu queria! Era pra ele que eu corri atrás! O que fazer?

Descobri que parentes de funcionários conseguem vagas sem precisar passar pelo processo seletivo e lembrei do meu Tio Milton, funcionário exemplar durante 35 anos na UFRJ, atuando como chefe de gastroenterologia no Hospital do Fundão.

Não titubiei! Recorri na hora à ele e prontamente fui atendida. Com um carinho de pai meu tio Milton ligou pra quem podia e devia e correu atrás de uma vaga pro Vinícius como se fosse seu neto.

Emocionada hoje quero dedicar à ele todo meu carinho e amor. Se não fosse meu Tio Milton talvez ficasse "mofando" na fila à espera de uma vaga para meu filho.
Obrigada Tio Milton, você é 10!
Que Deus sempre oriente sua mãos e refrigere seu espírito, para que assim você possa sempre dedicar a fazer o bem e trazer alegrias para muitos. Hoje foi o meu dia! Muitos beijos. Fê.